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segunda-feira, setembro 30, 2013


A lenda da bruxa de Blair

Resenha
Por: Gustavo Gonçalves


                  
      A história dessa pacata cidadezinha, chamada de Blair, é muito mais antiga do que se pode imaginar, começando pelo ano de 1771, que foi a data de sua fundação, quando ela tinha somente duas ruas e uma dúzia de casas. Durante 13 ou 14 anos a cidade prosperava, até o final de 1785, uma mulher chamada Elly Kedward, que vivia no local, foi acusada de bruxaria pelos moradores da cidade. Muitas crianças diziam que ela as levava para sua casa e retirava-lhes o sangue.

     Expulsa da cidade e condenada a uma morte sozinha e torturante, Elly saiu da cidade no meio de um rígido inverno daquele ano, sendo totalmente abandonada na floresta, que supostamente deve ter morrido de hipotermia ou como algumas pessoas dizem morreu afogada em um riacho.

     Durante um ano, a pacata cidade de Blair viveu em paz, enfim o problema teria sido totalmente resolvido. Mas após esse ano próspero da cidade, as coisas começaram a ficar estranhas. Com a chegada de um inverno rigoroso (1786), todas as pessoas ( crianças e adultos) que haviam acusado Elly de bruxaria  simplesmente  desapareceram. As pessoas com medo da bruxa juraram nunca mais pronunciar seu nome.

     Após muitos anos sem ocorrer nenhuma aparição ou sumiço, a cidade no ano de 1825 mudou seu nome, deixou de se chamar de Blair e passou a se chamar de Burkittsville. As coisas nessa época começaram a ficar muito assustadoras, pois a morte de uma criança fez com que todos desconfiassem que a bruxa houvesse voltado, as pessoas haviam assistido a morte de uma menina no riacho de Tappy East ( o mesmo que a bruxa supostamente havia morrido) e todas diziam ter visto uma mão totalmente enrugada sair da água e puxar a menina de volta para a morte. O corpo da pobre menina nunca mais foi encontrado.

     Em março de 1886, Robin Weaver, 8 anos, desaparece. Muitas equipes de resgate foram enviadas à procura do menino, mas nem a equipe  nem o menino voltaram ao vilarejo. Achando que haviam se perdido na floresta mandaram outro grupo de busca. Após algumas horas de procura encontraram os corpos dos homens amordaçados, que naquela altura eram somente pedaços de carne morta, pois todos haviam sido estripados e suas vísceras estavam espalhadas ao seu redor. As buscas foram canceladas, pois não tinha alma viva alguma que entraria na floresta novamente, temendo ter o mesmo fim dos procuradores. Por isso o garoto nunca foi encontrado e não havia corpo algum para ser enterrado.

     Muitos anos se passaram e a lenda ainda viva na mente de cada pessoa. Mas em 1925, para ser mais específico 12 anos depois de ir morar na cidade, Rustin Parr resolveu construir uma casa no meio da floresta amaldiçoada, em um lugar que ficava a mais de quatro horas de caminhada da cidade. O homem vivia totalmente isolado, no meio de uma floresta, alguns diziam que o viam vagando com um cachimbo no canto da boca a noite no meio da floresta. A quem diga que ele conversava com as árvores ou mesmo com um ser invisível. Muitos diziam que Parr era louco, outros diziam que era fascinado por natureza.

     Enquanto isso, Emily Hollands e mais sete crianças foram sequestradas nos arredores da cidade, em novembro de 1940 até maio de 1941.

    No dia 23 de maio de 1941, Rustin Parr, o maluco da floresta, entra em um comércio do local e diz ter terminado seu trabalho. As pessoas comunicam sua estranha fala à polícia. Após procurar a casa dele na floresta, a polícia encontra os corpos das sete crianças no porão. Foram assassinadas seguindo um ritual no qual se retira as vísceras do corpo. Ele disse que cometeu os assassinatos por causa de um fantasma de uma velha que rondava a floresta perto de sua casa. Rustin foi condenado à forca.

    Por sorte Kyle Brody foi uma das crianças que conseguiu, em um momento de descuido, fugir da casa e chegar até a cidade. E seu testemunho foi a chave para descoberta do criminoso que estava sequestrando as crianças. Os corpos dos sete mortos foram encontrados embaixo da casa de Rustin, todos em decomposição avançada.

    Depois disso o estranho homem que vivia no meio da floresta foi a julgamento e recebeu a pena de morte por enforcamento. No dia 22 de novembro de 1941, Rustin Parr foi enforcado. Todos acharam que tudo estava acabado e que desta vez a maldição da Bruxa havia terminado, porém ainda faltava algo e o único sobrevivente do massacre das crianças tinha um futuro sombrio pela frente.

    No ano de 1957, Kyle Brody, o garoto que viu todos os outros serem mortos, foi internado em um hospício depois de ter sido preso varias vezes por vagabundagem. E durante anos foi sendo jogado de um manicômio para outro, sempre causando problemas com ataques de raiva e delírios.


    Em 1961, depois de receber a refeição do dia Kyle pegou a colher de madeira que recebeu para comer e começou a raspa-la no chão até que ficou afiada. Com a arma pronta ela a enfiou bem fundo em seu próprio pulso, rasgando sua carne e veias, fazendo o sangue jorrar para todos os lados enquanto a vida ia deixando seu corpo…

    Assim morreu, sangrando até a morte, o último amaldiçoado de Burkittsville e o trabalho da Bruxa estava completo, pois todos os envolvidos com aqueles ritos satânicos tiveram uma morte macabra.

    Hoje em dia algumas pessoas ainda visitam a floresta de Blair, em busca da Bruxa, mas ela jamais se manifestou de novo, mas como dizem  ela costuma sumir de tempos em tempos, até sua historia sumir da memória, então ela volta com um golpe ainda maior, matando todos que estiverem envolvidos, sejam homens ou crianças, pois a maldição da Bruxa de Blair jamais se extingue, apenas espera a hora certa para atacar e ser lembrada novamente.


                          “Então, que tal  uma visitinha até Burkittsville?”