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segunda-feira, outubro 07, 2013


Resenha do Livro: Óculos, Aparelho e Rock Roll

Cultura
Por: Julia Viola

         
                       

     Óculos, aparelho e rock´n´roll é um livro para público mais jovem, de 10 a 15 anos, mas mesmo assim é divertido. Tem todo aquele ar de colégio dos Estados Unidos, com as populares, os nerds e blablabla. Kacey Simon é uma adolescente de 13 anos, que, além de ser a mais popular e bonita da escola, possui um programa na TV do colégio chamado “Simon falando” onde recebe cartas dos alunos sobre seus problema e dá sua opinião. O problema é que Kacey é sincera demais. Ela acredita que falar a verdade é seu dever como boa pessoa e futura jornalista – afinal, ela possui um compromisso com a verdade! Mas a vida vai mostrar para Kacey o quanto ela precisa aprender sobre verdades e amizades.

     Devido a uma inflamação com lentes de contato, ela terá que usar óculos gigantes por duas semanas! Claro que ela fará de tudo para ignorar esse fato, ainda mais agora que conseguiu o papel principal no musical e o seu par é o garoto mais cobiçado do pedaço, mas a vida continuará a lhe pregar peças. Se usar óculos enormes já era motivo de chacota, imagina ter que colocar aparelho nos dentes e ficar brilhando que nem farol de caminhão? E, para piorar, o aparelho faz sua voz soar estranha e ela começa a falar meio affim. Poxa fida! Logo, Kacey percebe como é viver sem ser a pessoa mais amada, perde seu papel na peça, vira alvo de piadas, o seu affair não quer mais saber dela e seus melhores amigas resolveram ignorá-la, principalmente Molly, que, além de não apoiá-la, ainda fica com seu papel no musical. E o apoio e ajuda vêm de onde menos se espera, Paige, sua vizinha nerd ativista e ex-melhor amiga, a ajuda a traçar um plano para recuperar seu posto de volta. Mesmo as duas prometendo um acordo para se ajudarem, aos poucos vão percebendo o quanto ainda são amigas e Paige faz Kacey perceber que falar a verdade nua e crua nem sempre é a melhor maneira. Enquanto isso, um misterioso rapaz com ar de roqueiro e calça skinny mostra para Kacey o mundo do rock´n´roll e a convence a entrar para a banda dele, até porque quando ela canta sua voz volta ao normal. Mas Molly está caidinha pelo Sr. Calça Skinny, ou seja, Zander, e fará a proposta para Kacey mais quer. Será que ela deve ter sua vida de volta ou seguir em frente não sendo mais o alvo das atenções?

     É um livro fofo, rápido e fácil de ler e com um ótimo projeto gráfico (não sei se a versão original em inglês tem esses desenhos também). Algumas coisas me incomodaram bastante, como a protagonista ter 13 anos e fazer tudo sozinha, andar de ônibus/metrô para o outro lado da cidade, ir para shows de bandas e, muitas vezes, se portar como se fosse bem mais velha, ainda mais querendo beijar todos os meninos da cidade. Talvez eu tivesse escrito com uma personagem de 15 anos, algo assim. Tirando isso, eu dei várias risadas, adorei o Zander e sua banda.

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Resenha do Livro: O Menino do Pijama Listrado 

                       
                        

     A sensação que fica, ao terminarmos de ler um livro que outrora julgamos como sendo ruim, sem conhecer, é desconfortante, pois, nos faz repensar e fazer uma retrospectiva de quantos bons livros já não deixamos pelo caminho, simplesmente pelo pré julgamento. O livro em questão é “O Menino do Pijama Listrado“, de John Boyne. Apesar de já conhecê-lo, desde o seu lançamento aqui no Brasil em 2007, confesso que nunca senti o menor interesse em lê-lo, até que, o filme baseado nesta obra ganhou uma enquete no nosso Grupo de Leitura para ser debatido no dia 09/01. Sendo assim, resolvi antes de ver o filme, ler o livro para poder fazer uma comparação, e me surpreendi positivamente com esta bela história. Leia a resenha e saiba o por quê fiquei com este sentimento.

     A narrativa de “O Menino do Pijama Listrado“, acontece entre os anos de 1942 e 1944, período em que o mundo era assolado pela “Segunda Guerra Mundial”. O protagonista desta história chama-se Bruno. 

     Bruno é um menino de 9 anos, muito inteligente, perspicaz e inocente, que mora com os pais e uma irmã, a qual ele chama de “Caso Perdido”. Em um dia qualquer ao chegar da escola, é surpreendido com a notícia de que a família vai ter que mudar-se de onde moram, pois o pai havia sido “promovido” no “trabalho” e iria ocupar um novo cargo em um outro lugar bem distante e desconhecido.
     
     Ao chegar no novo lar, Bruno sente-se totalmente desconfortável, põe defeitos em tudo e deixa bem claro para o pai e a mãe que não está satisfeito com esta nova condição de vida, no entanto, de nada adianta as suas objeções, os pais dizem a ele para arrumar um jeito de adaptar-se à nova casa, pois a decisão de morarem lá já tinha sido tomada e era sem volta.

     Quando já estava a ponto de enlouquecer por não ter com quem brincar e nem conversar, Bruno descobre, ao olhar da janela de seu quarto, uma cerca, onde de longe avista várias pessoas com roupas estranhas. Este acontecimento, deixa-o extremamente inquieto, fazendo com que ele saia de casa todos os dias para “explorar” o local na intenção de descobrir algo. E em uma destas explorações, ele conhece Shmuel, “o menino do pijama listrado“. Bruno passa então a visitar Shmuel todos os dias, e os dois rapidamente tornam-se amigos. A partir deste encontro a vida dele muda totalmente, pois agora ele já não se sente mais tão só, tem um amigo com quem conversar e compartilhar confidências.

    “O Menino do Pijama Listrado“, surpreende pela simplicidade e pureza com que o autor, John Boyne, trata um tema tão forte, pesado e sujo como o Holocausto. Uma das técnicas que ele utilizou (e muito bem na minha opinião) foi a de usar trocadilhos e menções indiretas ao fato e as pessoas nele envolvidas. Durante a leitura fiquei pensando como seria o final, como o autor iria costurar aquela trama (com poucas páginas) de forma que não chocasse nem um lado e nem o outro, e confesso, ele conseguiu. Já adianto, o epílogo é muito triste, deixa um gostinho amargo na boca, entretanto, achei justo e inteligente o desfecho proposto por John Boyne.

     Portanto, fica a dica para quem quiser se emocionar com uma bela história de amizade, inocência e, ao mesmo tempo perturbadora e cruel.