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sexta-feira, maio 10, 2013


Scott Pilgrim


Cultura
Por: Gustavo Gonçalves Carlos



     Scott Pilgrim é um canadense de vinte e poucos anos, sem emprego, sem muito dinheiro, sem grandes pretensões. Namora uma colegial chinesa de dezessete anos e divide o quarto com um colega gay. Quando não está ensaiando com sua banda de rock, passa o tempo jogando videogame ou, simplesmente, não fazendo nada. Sua querida rotina, porém, é sacudida quando seu subconsciente é invadido por uma misteriosa patinadora americana de cabelo colorido. Ramona Flowers.


     Desde o instante em que se depara com ela, o rapaz fica obcecado. Com seu jeitinho próprio, aos poucos consegue se aproximar da moça, mas acaba descobrindo que para conquistá-la terá de lidar com uma série de problemas. Mais especificamente, uma série de ex-namorados malvados. Começa então uma saga para derrotar a Liga dos Ex-namorados do Mal de Ramona, quando terá que subjugar os mais variados inimigos enquanto sofre para manter em prumo sua antes tão tranquila vidinha.



     Sim. É absurdo. É Louco. É sem-noção. Mas é divertidíssimo. Conheci Scott Pilgrim através do filme, que conheci através de um amigo depois de ouvi-lo contar sobre esse filme em que “o personagem está tocando num show de rock quando um indiano de poderes místicos entra pelo teto e o desafia para uma batalha até a morte”. Sério. Como não querer conhecer algo desse tipo?



     Acho que gostei tanto da história porque me identifico com seus personagens e seu cenário. Ele fez-me sentir nos últimos anos do colégio (mesmo que eu esteja no 8 ano), quando a vida era tranquila e cada pequeno problema parecia um atroz final boss de um videogame. A rotina de Scott foi por muito tempo foi a minha – videogame, rock, não fazer nada –, e eu gostaria muito de tê-la de volta.



     A edição brasileira, publicada pela Cia de Letras, compila os dois primeiros volumes da série, numa graphic novel de 368 páginas com bom acabamento gráfico e ótimo preço. Em outras palavras, um perfeito suporte para acompanharmos as desventuras de Scott, que priorizam o nonsense, a comédia e as referências à cena indie e ao mundo dos videogames.



     Embora Scott Pilgrim: Contra o Mundo possa não apetecer aqueles que não se identificam com os interesses e o estilo do personagem, acredito que muitos irão se enxergar nas loucas estripulias do rapaz. Comparado com o volume seguinte, este primeiro vem com um ritmo e alguns cortes estranhos, especialmente porque as páginas em preto e branco e os traços simples tornam alguns personagens parecidos entre si, propiciando a confusão para iniciantes nos quadrinhos – como eu. Não obstante esses detalhes, recomendo a obra com todo meu entusiasmo. Se preferir não arriscar-se de primeira, alugue o filme, que retrata a história de maneira fiel e igualmente divertida é muito bom o filme aconselho a todos.