Resenha
Por: Gustavo Gonçalves
A história dessa pacata cidadezinha, chamada de
Blair, é muito mais antiga do que se pode imaginar, começando pelo ano de 1771,
que foi a data de sua fundação, quando ela tinha somente duas ruas e uma dúzia
de casas. Durante 13 ou 14 anos a cidade prosperava, até o final de 1785, uma
mulher chamada Elly Kedward, que vivia no local, foi acusada de bruxaria pelos
moradores da cidade. Muitas crianças diziam que ela as levava para sua casa e
retirava-lhes o sangue.
Expulsa da cidade e condenada a uma morte sozinha e
torturante, Elly saiu da cidade no meio de um rígido inverno daquele ano, sendo
totalmente abandonada na floresta, que supostamente deve ter morrido de
hipotermia ou como algumas pessoas dizem morreu afogada em um riacho.
Durante um ano, a pacata cidade de Blair viveu em
paz, enfim o problema teria sido totalmente resolvido. Mas após esse ano
próspero da cidade, as coisas começaram a ficar estranhas. Com a chegada de um
inverno rigoroso (1786), todas as pessoas ( crianças e adultos) que haviam
acusado Elly de bruxaria
simplesmente desapareceram. As
pessoas com medo da bruxa juraram nunca mais pronunciar seu nome.
Após muitos anos sem ocorrer nenhuma aparição ou sumiço,
a cidade no ano de 1825 mudou seu nome, deixou de se chamar de Blair e passou a
se chamar de Burkittsville. As coisas nessa época começaram a ficar muito
assustadoras, pois a morte de uma criança fez com que todos desconfiassem que a
bruxa houvesse voltado, as pessoas haviam assistido a morte de uma menina no
riacho de Tappy East ( o mesmo que a bruxa supostamente havia morrido) e todas
diziam ter visto uma mão totalmente enrugada sair da água e puxar a menina de
volta para a morte. O corpo da pobre menina nunca mais foi encontrado.
Em março de 1886, Robin Weaver, 8 anos, desaparece.
Muitas equipes de resgate foram enviadas à procura do menino, mas nem a
equipe nem o menino voltaram ao
vilarejo. Achando que haviam se perdido na floresta mandaram outro grupo de
busca. Após algumas horas de procura encontraram os corpos dos homens
amordaçados, que naquela altura eram somente pedaços de carne morta, pois todos
haviam sido estripados e suas vísceras estavam espalhadas ao seu redor. As
buscas foram canceladas, pois não tinha alma viva alguma que entraria na
floresta novamente, temendo ter o mesmo fim dos procuradores. Por isso o garoto
nunca foi encontrado e não havia corpo algum para ser enterrado.
Muitos anos se passaram e a lenda ainda viva na
mente de cada pessoa. Mas em 1925, para ser mais específico 12 anos depois de
ir morar na cidade, Rustin Parr resolveu construir uma casa no meio da floresta
amaldiçoada, em um lugar que ficava a mais de quatro horas de caminhada da
cidade. O homem vivia totalmente isolado, no meio de uma floresta, alguns diziam
que o viam vagando com um cachimbo no canto da boca a noite no meio da floresta.
A quem diga que ele conversava com as árvores ou mesmo com um ser invisível.
Muitos diziam que Parr era louco, outros diziam que era fascinado por natureza.
Enquanto isso, Emily Hollands e mais sete crianças
foram sequestradas nos arredores da cidade, em novembro de 1940 até maio de
1941.
No dia 23 de maio de 1941, Rustin Parr, o maluco da
floresta, entra em um comércio do local e diz ter terminado seu trabalho. As
pessoas comunicam sua estranha fala à polícia. Após procurar a casa dele na
floresta, a polícia encontra os corpos das sete crianças no porão. Foram
assassinadas seguindo um ritual no qual se retira as vísceras do corpo. Ele
disse que cometeu os assassinatos por causa de um fantasma de uma velha que
rondava a floresta perto de sua casa. Rustin foi condenado à forca.
Por sorte Kyle Brody foi uma das crianças que
conseguiu, em um momento de descuido, fugir da casa e chegar até a cidade. E
seu testemunho foi a chave para descoberta do criminoso que estava sequestrando
as crianças. Os corpos dos sete mortos foram encontrados embaixo da casa de
Rustin, todos em decomposição avançada.
Depois disso o estranho homem que vivia no meio da
floresta foi a julgamento e recebeu a pena de morte por enforcamento. No dia 22
de novembro de 1941, Rustin Parr foi enforcado. Todos acharam que tudo estava
acabado e que desta vez a maldição da Bruxa havia terminado, porém ainda
faltava algo e o único sobrevivente do massacre das crianças tinha um futuro
sombrio pela frente.
No ano de 1957, Kyle Brody, o garoto que viu todos
os outros serem mortos, foi internado em um hospício depois de ter sido preso
varias vezes por vagabundagem. E durante anos foi sendo jogado de um manicômio
para outro, sempre causando problemas com ataques de raiva e delírios.
Em 1961, depois de receber a refeição do dia Kyle
pegou a colher de madeira que recebeu para comer e começou a raspa-la no chão
até que ficou afiada. Com a arma pronta ela a enfiou bem fundo em seu próprio
pulso, rasgando sua carne e veias, fazendo o sangue jorrar para todos os lados
enquanto a vida ia deixando seu corpo…
Assim morreu, sangrando até a morte, o último
amaldiçoado de Burkittsville e o trabalho da Bruxa estava completo, pois todos
os envolvidos com aqueles ritos satânicos tiveram uma morte macabra.
Hoje em dia algumas pessoas ainda visitam a floresta
de Blair, em busca da Bruxa, mas ela jamais se manifestou de novo, mas como dizem ela costuma sumir de tempos em tempos, até
sua historia sumir da memória, então ela volta com um golpe ainda maior,
matando todos que estiverem envolvidos, sejam homens ou crianças, pois a
maldição da Bruxa de Blair jamais se extingue, apenas espera a hora certa para
atacar e ser lembrada novamente.
“Então,
que tal uma visitinha até Burkittsville?”